O ator Dado Dolabella falou para a TV Brasil sobre seu personagem, Eduardo, em Máscaras
Dado Dolabella vive o astrofísico Eduardo, em Máscaras, da Record. Um homem que, segundo o ator, vive além desta dimensão.
TV Brasil – Quem é Eduardo
Dado Dolabella – Um personagem escrito pelo Lauro (César Muniz, autor), que nunca tem uma vertente só. Eu pelomenos estou analisando assim. Ele não é marcado por uma personalidade. E, assim é a gente, que tem estados de humor, muda de acordo com a situação. Ele tem o QI acima da média, uma coisa que eu estou ainda batalhando para chegar nesse estágio. É um astrofísico, um camarada por quem estou apaixonado. Estou aprendendo muito com ele. As aulas de física, das quais eu fugi no colégio, que matei no recreio, estou recuperando agora.
TV Brasil – Ele se envolve com duas irmãs, não é?
Dado Dolabella – Sim. Ele se envolve com as personagens da Karen (Junqueira, a Luma) e da Dani (Daniela Galli, a Tônia). Já é difícil o relacionamento com uma e o cara quer duas.Ele quer se complicar mesmo. É um outro desafio.
TV Brasil – As duas estão usando o Edu apenas como reprodutor?
Dado Dolabella – É mais ou menos o que acontece na vida real. Para mim, quem tem a chave do céu são as mulheres. O homem bate na porta. Mas, quem abre são elas.
TV Brasil – O Edu também parece ser desinteressado pelo trabalho. É isso mesmo?
Dado Dolabella – Na verdade, ele está desinteressado pelo trabalho porque ainda não deram a oportunidade para ele desenvolver a capacidade que acredita ter. Ele fica o tempo inteiro observando as estrelas. É uma pessoa que não está encontrar na vida dele, na novela, as mensagens que eu encontrei na minha vida. Eu já tive as minhas.
TV Brasil – Que mensagens foram essas?
Dado Dolabella – Já fui ateu, já tive essa idade. Eu tive uma revelação muito forte quando meu pai faleceu. Através da música, tive um contato com ele que, para mim, bastou para ter certeza científica, comigo pelo menos, de que existe uma força superior. O Eduardo ainda não acredita nisso porque ele é um pouco científico, racional. Ele não tem a coisa do talvez. O “se” com ele não funciona. Ele é um pouco cético, cientista, precisa das fórmulas, de entender as coisas. Ele acredita na lógica.
TV Brasil – Esse lado lógico dele vai interferir na relação com as mulheres, que geralmente são mais sensíveis?
Dado Dolabella – A mulher é mais evoluída. Quando eu nascer mulher na próxima vida, juro que tudo vai ser diferente. Mas, o Edu sabe exatamente o que quer e usa do QI, dos neurônios a mais, para confundi-las. Faz um jogo e deixa para elas a responsabilidade. Ele meio que faz o papel da mulher.
TV Brasil – Ao contrário do que se dizia antes, sua colega de elenco, a Karen Junqueira, falou que você é uma pessoa muito fácil de lidar. O que mudou?
Dado Dolabella – Além da colega de trabalho ter mudado, mudou a minha vida. Quando eu comecei a trabalhar na televisão foi um momento muito conturbado. Estava perdendo meu pai, a pessoa que era meu maior amigo. Vivi momentos difíceis no começo da carreira, dei alguns moles. Outra coisa importantíssima que mudou é que eu morava na zona sul e hoje estou morando aqui pertinho da Record. Às vezes eu pegava seis focos de trânsito. Saia de casa uma hora antes, mas, tinha que ter calculado melhor e saído duas. Ser pai também ajudou. A vida vai nos mudando, né? As coisas que a gente passa, os trabalhos.
TV Brasil – Alguma vez imaginou que, prestes a completar 32 anos, estaria com três filhos?
Dado Dolabella – Não, jamais. Estou curtindo. Eles são a minha vida, são tudo para mim. Estão crescendo muito rápido. É uma coisa impressionante.
TV Brasil – O que mudou com a paternidade? Ficou mais responsável?
Dado Dolabella – A conta bancária. Diminuiu três vezes. Estou brincando. Ao contrário do que dizem algumas pessoas, sempre fui responsável e preocupado com meu trabalho. Acho que meu ofício é a coisa mais importante que tenho, é o que vai fazer com que eu continue vivo e alimentando a mim mesmo, aos meus filhos e minha família. Então, para mim, isso sempre foi muito importante, até porque eu perdi o meu pai muito cedo.
Lógico que não sou perfeito e nunca fui. Ninguém é perfeito. Mas, a paternidade ajuda ainda mais a dar essa noção de responsabilidade, de compromisso consigo mesmo, porque além de você, tem outras pessoas que dependem totalmente só de você.
FONTE: CONTA MAIS