Músico fala sobre a turnê turnê com o projeto Dado Dolabella e Banda, voltado para a MPB, o reggae, o rock e até o funk
Dado Dolabella vem abraçando cada vez mais a música. Prova disso é que desde agosto de 2009, quando deixou “A Fazenda”– com a vitória e o 1 milhão de reais no bolso - o cantor e ator vem se dedicando integralmente ao projeto Dado Dolabella e Banda.
Voltada para a MPB, o reggae, o rock e até o funk, a banda vem enfileirando shows numa turnê que, de fevereiro, já percorreu cidades do Sul. No domingo (24), Dado se apresentou em Itajaí, em Santa Catarina, e, no sábado (30), se junta ao MC Bob Rum e à banda O Rodo num show no Rock Bola Lounge Bar, em Santa Cruz, Oeste do Rio. Nessa sexta-feira (29), ele conversou com QUEM sobre esse momento de sua carreira.
QUEM: Dado Dolabella e Banda existe desde quando você saiu de “A Fazenda”. Ficou um tempo parada e agora voltou com pique novo. O que te fez querer dar esse gás na banda agora?
DADO DOLABELLA: A gente funciona como a natureza. O mar também tem momentos em que não tem onda nenhuma. Houve um momento em que começaram a vir energia e ideia para fazer shows. E também pesou a cobrança da galera por um terceiro disco meu. Estou em fase de montar repertório para o novo CD (o primeiro com a nova banda) e a estrada é muito importante para formatar o repertório. O nome do disco, por enquanto, é “Em Obras Para o Seu Melhor Conforto”.
QUEM: Embora seja contratado até 2015 na Record, você não está gravando novela, o que permite que você se dedique integralmente à banda. Cogitaria deixar de atuar para ficar só com a musica?
DD: Não deixei de atuar. Nos shows, faço alguns personagens, imito, de brincadeira, Leonardo, Mano Brown dos Racionais MCs, Marcelo D2. Em certos momentos, represento cenas do filme “Cidade de Deus”. O show mistura a música e a atuação.
QUEM: O repertório mistura MPB, rock, reggae e até funk carioca, apresentado de forma instrumental. De onde surgiu a ideia de incluir funk?
DD: Quem cresceu no Rio nos anos 90, não tem como não conhecer os clássicos do funk: MC Marcinho, MC Cidinho e Doca...Quando tinha 13 anos, pedi para que meu irmão mais velho, Fábio, me levasse num baile funk. Ele me levou no morro Chapéu Mangueira (no Leme, Zona Sul do Rio). Quando senti a batida grave no peito, com a música romântica no fundo, falei: “O que é isso? Cadê minha namorada, preciso beijar na boca!”. O vírus entrou na veia e hoje estou fazendo uma releitura disso. Estamos fazendo arranjos novos com a banda. Esse funk antigo, que não violentava a língua portuguesa, não pode morrer nunca.
QUEM: Dá para ganhar dinheiro com a música? É uma prioridade fazer da banda um ganha-pão?
DD: Meu objetivo nem é ganhar dinheiro com a música. É vivê-la mesmo. Se não fosse a música, eu não teria vontade de me levantar da cama. A vida seria um erro se não fosse a música, não teria graça. É o mesmo que penso sobre fazer dieta (risos). A maior porrada que recebi foi a perda do meu pai (o ator Carlos Eduardo Dolabella, em 2003). A música me reergueu dessa dor, a maior que já senti. Hoje sou como um bambu chinês. O vento vem, enverga, e ele se levanta novamente.
QUEM: Tem algum projeto em televisão?
DD: Só fazer um clipe da música que escolhermos para trabalhar. Novela, não. Uma vez por semana, faço uma Twitcam. É um programa interativo, a galera é quem faz a programação. Escolhem as músicas que querem ouvir através do meu perfil no Twitter: @_dadodolabella.
FONTE: QUEM